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22 de set. de 2016

Micromegas, uma história de gigantes


"a verdade é mais estranha do que a ficção"

Micromegas é um conto de 1752 do Francês, filósofo e Illuminati (iluminado) Voltaire
Escritor famoso por seus ataques à Igreja Católica e sua defesa da liberdade de religião, liberdade de expressão e separação de igreja e estado.

Voltaire pedia a revisão historiográfica da humanidade, tanto em termos factuais e analíticos. Não só ele rejeitava as biografias tradicionais que reivindicam o trabalho de forças sobrenaturais, bem como sugeria que a historiografia anterior estava repleta de elementos grotescamente falsos e exigiu novas investigações na fonte.

Esta visão de Voltaire não era única da época, o espírito científico do século 18 pedia essa reforma, mas o resultado do movimento foi partidário e dividido em grupos ILUMINADOS (que tinham consciência da nossa histórias).

Um grupo de Iluminados (Illuminatis) queria manter o poder oculto da informação para controlar a massa, a humanidade, já que poucos sabiam ler, escrever e fazer interpretações dos fatos, não tinham conhecimento de nada. Fácil, como controlar crianças de 3 anos com o "bicho papão".

Outro grupo de iluminados (Illuminatis) queria contar a sociedade o que o outro grupo estava tramando, mas eram facilmente derrotados, encarcerados, enforcados, assassinados, queimados, levados a loucura ou ao suicídio. O povo não acreditava neles, a não ser alguns poucos mais informados que se faziam de “tolos” para não serem pegos também.

A estratégia então, foi passar o conhecimento desses fatos para aqueles que tivessem uma percepção maior, um olhar diferente sobre os demais ao seu redor, uma intuição nata e observadora para pistas deixadas pelos Iluminados corajosos. 

Introduzir sinais, textos metafóricos entre as ARTES - as 7 percepções humanas sensíveis a informação do ambiente - seria o começo, o Startup para a evolução da consciência, ainda que em ondas muito fracas.

Quem tem um lado artístico, não tão severamente analítica, racional, tem mais sensibilidade a captar os sinais, enxerga muito mais, sente muito mais e, portanto, tem condições de analisar e entender todo o contexto apresentado pelos Iluminados. 

Voltaire produziu obras em quase todas as formas literárias, incluindo peças de teatro, poemas, romances, ensaios e obras históricas e científicas. Ele escreveu mais de 20.000 cartas e mais de 2.000 livros e panfletos.

Entre seus textos mais curiosos, Micromegas, descrito como gênero de “ficção científica”, ele retrata a ideia de habitantes de outros planetas que vieram visitar a Terra, acredite.

O conto é pequeno, pode-se ler em poucos minutos, contém 7 pequenos capítulos que narra a visita à Terra de um ser de tamanho gigantesco originário de Sirius e de seu companheiro de viagem do planeta Saturno, um ser de estatura bem menor, mais ainda sim, um gigante em  relação aos humanos.

Não vou narrar o livro todo aqui, apenas ressaltar algumas passagens que eu achei muito legal. Caso você queira ler na íntegra, aqui está o PDF grátis para seu deleite.

O Gigante Micromegas tem por volta de 37 metros de altura. Tem quase 450 anos de idade, se aproximando do fim de sua infância. É autor de um livro científico do seu mundo em Sirius que descreve a vida de insetos, que são micros para serem detectados por microscópios comuns. 

Um link nessa história
O nome "Sirius" é derivado do grego antigo (Seirios), que significa "brilhante" ou "opressor". Sirius é um sistema de estrelas, também conhecida como “Estrela do Cão”.

Os antigos gregos observaram que o aparecimento de Sirius emanava influência maligna, anunciando um verão quente e seco, e temiam que isso matasse as plantações, os homens se enfraqueciam e as mulheres ficavam excitadas...

Sirius foi descrita na literatura antiga como algo que "queima" ou "flameja" vindo a ser conhecida como “Dias de cão no verão”. Sacrifícios a Sirius e Zeus eram feitos para trazer brisas refrescantes.

Os romanos celebravam a configuração heliacal de Sirius em torno de 25 de abril sacrificando um cão, juntamente com incenso, vinho, e uma ovelha, para a deusa Robigo para que as emanações da estrela não causassem ferrugem do trigo nas culturas naquele ano e os salvassem da fome e miséria.

Sirius é uma das 27 estrelas na bandeira do Brasil, onde representa o estado de Mato Grosso.

Voltando a Voltaire. (uhmmm... essa foi horrível)
Micromegas desacreditado pela ciência de seu mundo toma isso como um incentivo para viajar por todo o Universo em uma busca de desenvolvimento intelectual e espiritual.

Depois de extensas viagens celestes Micromegas chega a Saturno, onde faz amizade com o secretário da Academia de Saturno, um homem baixo em relação a sua altura, menos de um vigésimo do seu tamanho (um "anão" de 18 metros de altura) que batia na sua canela.

Micromegas relata a seu novo amigo que ele tem visitado mundos onde as pessoas vivem muito mais tempo do que os Sirianos, mas ainda consideram os seus tempos de vida muito curtos. 

Eles trocam informações sobre as diferenças entre seus lares. 
Os Saturninos têm 72 sentidos enquanto o Sirianos têm 1.000. 
Os Saturninos vivem em média 15.000 anos terrestres, enquanto os Sirianos vivem 10,5 milhões de anos em relação aos terráqueos.

Cena do filme: Querida, encolhi as crianças
Esses dois gigantes seres - de alturas diferentes - se unem para se aventurar pelo Universo numa viagem filosófica, mais precisamente em direção ao nosso Sistema Solar.

Eles vão até Marte e não encontram nenhum ser vivo por lá. Seguem até o planeta Terra e dão a volta em torno dela em 36 horas a procura de vida.

“O anão, que às vezes raciocinava muito apressadamente, concluiu a princípio que não havia habitantes na Terra. Seu primeiro argumento era de que não vira ninguém. Micromegas, polidamente, fez-lhe sentir que ele não raciocinava muito bem:
— Como não distingues com os teus pequenos olhos, certas estrelas de quinquagésima grandeza que eu percebo distintamente; concluiu daí que essas estrelas não existem?”

Atravessam os mares e o Saturniano fica apenas com a parte inferior das pernas molhadas. Já o Siriano apenas molha os tornozelos. 

No mar Báltico, a Saturniano avista um pequeno pontinho se movendo e descobre que é uma baleia. Logo depois encontram no Ártico o que poderia ser um navio encalhado. Os viajantes do espaço examinam o barco e curiosamente descobrem formas de vida dentro dela.

Concluem rapidamente que os seres minúsculos são pequenos demais para possuírem inteligência ou até mesmo um espírito, mas com auxílio de uma lente feita de um diamante conseguem ver os humanos e até discutir filosofia séria com eles onde descobrem a capacidade intelectual dos pequeninos.
  
O imenso Siriano decide escrever um livro para os homens da Terra, no qual explicará tudo sobre o Universo e além. Quando o volume é apresentado para a Academia de Ciências de Paris, o secretário abre o livro e descobre que só há páginas em branco. 
(boa metáfora que demonstra o quão invisíveis aos nossos olhos estão os dados sobre a ciência) 

“Vivemos apenas quinhentas grandes revoluções do sol. (O que, pela nossa maneira de contar, dá aproximadamente uns quinze mil anos). Bem vê que é quase o mesmo que morrer no momento em que se nasce; a nossa existência é um ponte, a nossa duração um instante, o nosso globo um átomo. Apenas começa a gente a instruir-se um pouco, quando chega a morte, antes que se tenha adquirido experiência. Quanto a mim, não ouso fazer projeto algum; sou como uma gota d’água em um oceano imenso. sinto-me envergonhado, principalmente diante do senhor, da figura ridícula que faço neste mundo”

O Gigante Gilgamesh, o velho que rejuvenesce.
Muitos conhecem a história do dilúvio bíblico, mas poucos, muito poucos são os que já ouviram falar da história Épica de Gilgamesh

"Uru" originalmente é uma palavra suméria e foi a maior cidade antiga com o nome "Uruk". No entanto, o nome Uru está presente na América do Sul. 

Os "uros", foram os povos indígenas mais antigos do sul do Peru, norte do Chile e da Bolívia região ocidental de uma grande área contígua. Um grupo quase extinto que viveu nas imediações do lago Titicaca nas ilhas flutuantes.



Uruknál faz parte da linhagem comum das populações andinas circundantes, pessoas que provavelmente viveram na região da atual Mesopotâmia há 15.000 anos atrás.

A linhagem genética mostrou que diferente dos grupos indígenas vizinhos, incluindo a Inkáktól e outros grupos pré-incas, apontam a origem distinta das populações Uros no Peru e na Bolívia, que remonta a 3.700 anos atrás na região.

Épico de Gilgamesh
Comparando-se as histórias de inundação na Epopéia de Gilgamesh e do livro do Genesis – escrito, sabe-se lá por quem - há numerosas semelhanças entre os dois scripts. 

Os elementos comuns entre os dois textos deixam muitos pesquisadores desconsertados e os cristãos mais ainda. Acredita-se que os textos babilônios são os textos originais, porque o épico Gilgamesh escrito em acadiano antecede o Antigo Testamento escrito em hebraico.

Epopéia de Gilgamesh aniquila a autoridade da Bíblia
A Bíblia é uma compilação editada e revisada de textos antigos por grupos dominantes que queriam adaptar uma nova imagem a uma nova era, um novo ciclo da humanidade. 

A Epopéia é contada em 12 comprimidos em argila, onde alguns deles estão deteriorados. Mas algumas passagens podem trazer argumentos suficientes para enxergar a trama por trás das religiões. Uma vez que existe uma versão suméria atrás do acádio, o épico, em relação ao livro do Gênesis, é bem mais antigo que a narrativa bíblica, quanto a isso não há duvidas.

O Épico de Gilgamesh é um antigo poema sobre um rei de Uruk que era um semi Deus que foi posteriormente traduzido em dialetos babilônicos. As traduções variam um pouco, e não há cópias do poema completo. 

Tablete 1: Gilgamesh, rei de Uruk, é visto abusando de seus súditos
Tablete 11: Utnapishtim conta a Gilgamesh a história do dilúvio. Os deuses decidiram inundar o mundo e destruir todas as pessoas, mas o deus Ea disse a Utnapishtim para construir um barco grande o suficiente para sua família e seus animais
O barco era para ser coberto com piche e betume. Utnapishtim, a sua família, os artesãos e muitos animais entraram no barco. As chuvas duraram 6 dias, matando todas as outras pessoas. O barco aterrou em uma montanha, e Utnapishtim lançou uma pomba, uma andorinha, e um corvo antes de abrir a porta e deixar todo mundo sair. 

Na Rússia, nas montanhas do Cáucaso, não muito longe das cidades Tzelentzchik, Touapse, Novorossiysk e Sochi, existem centenas de monumentos megalíticos denominados dólmens datadas de 10.000 anos a 25.000 anos atrás

Nos links em azul eu conto essa história bem melhor. 

Existem inúmeras lendas entre as várias tribos nativas americanas, a partir dos Comanches, no norte e outras tribos do sul, que falam de uma misteriosa raça de gigantes de pele branca que habitavam aos milhares na América do Norte anos atrás, antes de desaparecerem misteriosamente da face o planeta.

Em seu livro "História dos índios Choctaw, Chickasaw e Natchez" (1899), Horatio Bardwell Cushman escreve: "A tradição dos Choctaws”

Há muitas evidências hoje que sugerem que os seres gigantes, de fato, caminharam sobre a Terra e de acordo com o Chefe das tribos americanas, um grande espírito eliminou a raça de gigantes brancos, quando eles esqueceram tudo sobre a justiça e misericórdia, tornando-se muito orgulhosos

Descreve uma raça de gigantes que uma vez habitou o Estado de Tennessee, e com quem seus antepassados ​​lutaram quando eles chegaram no  Mississippi em sua migração a partir do oeste. Sua tradição confirma o Nahullo (uma raça de gigantes).

Os índios Navajos, outra tribo antiga, oferecem relatos sobre gigantes na Terra. Chamavam esses seres de Starnake, descrevendo-os como uma raça de gigantes brancos dotados de tecnologia de mineração que dominou o Ocidente, escravizando tribos menores, e tinham fortalezas por toda a América. Eles foram extintos ou voltaram para o céu, segundo suas observações.

No México antigas lendas astecas mencionam a existência de uma raça de gigantes. Na mitologia asteca estes gigantes são referidos como o Quinametzin. Curiosamente, os Quinametzin foram os construtores da cidade de Teotihuacan e Tlachihualtepetl.

Volto a lembrar que “mitos”, “lendas”, são símbolos gráficos que nos remetem a experiência de algo “imaginário”, nunca provado, contos populares, ficção...

Antes do desenvolvimento da ciência moderna o átomo era apenas uma ideia filosófica, uma suposição que escapava da nossa experiência sensorial e como podemos perceber, as informações são para poucos, para grupos seletos.

Observe mais, deixe a intuição fluir. Relaxe a guarda, amplie os sentidos. A estratégia da metáfora, do lúdico tem sua finalidade e não somente a de entreter e quando puder assista a esse filme, "Jack, o caçador de gigantes". É interessante observar que os gigantes eram submissos aos "reis", a coroa, a um Senhor dos anéis... 

laura botelho